A campanha eleitoral no município de Tailândia, vem sendo marcada por embates acirrados, e um dos pontos mais quentes da disputa envolve o uso da chamada “Carreta da Saúde”, um veículo público que oferece serviços de saúde à população. A controvérsia se intensificou após a denúncia de que a carreta estaria sendo usada para beneficiar a campanha eleitoral do candidato Lauro Hoffmann e sua vice Anna Nisa, ambos apoiados pelo atual prefeito Paulo Liberte Jasper (Macarrão).
Em 10 de setembro de 2024, o juiz eleitoral Rodrigo Silveira Avelar, da 093ª Zona Eleitoral de Tailândia, concedeu uma liminar em resposta à representação especial feita por Anderson Camporez, solicitando que o veículo fosse retirado de sua localização, próxima ao comitê de campanha de Hoffmann, e que o seu uso fosse desvinculado de qualquer associação eleitoral.
Contexto e Alegações
A representação especial, registrada sob o número 0600240-16.2024.6.14.0093, acusou o uso da “Carreta da Saúde” como parte de uma estratégia eleitoral para promover a imagem de Hoffmann e sua vice. A principal alegação é que o veículo, com a inscrição “Macarrão e o povo”, estava estacionado nas proximidades do comitê de campanha, o que comprometeria a igualdade de condições entre os candidatos na disputa. Além disso, o uso de bens públicos para fins eleitorais é vedado pela legislação, conforme o artigo 73, § 10, da Lei 9.504/97.
A denúncia foi acompanhada de documentos que, segundo o Ministério Público Eleitoral, apresentavam indícios consistentes de que o veículo estava sendo utilizado de maneira irregular para favorecer os representados.
A decisão judicial
Em sua decisão, o juiz Rodrigo Avelar deferiu o pedido liminar e determinou que a carreta fosse deslocada para uma distância mínima de 500 metros do comitê de campanha dos candidatos apoiados pelo prefeito. Além disso, foi ordenada a retirada de qualquer sinalização ou inscrição que vinculasse o uso do serviço à gestão de Macarrão ou à candidatura de Hoffmann e Anna Nisa.
O juiz também ressaltou que a distribuição de benefícios por parte da administração pública no período eleitoral é proibida, exceto em casos de calamidade pública, emergência ou programas sociais já em execução no exercício anterior. A medida busca preservar a isonomia entre os candidatos e evitar que a máquina pública seja utilizada para angariar votos.
Caso as determinações não fossem cumpridas no prazo de 24 horas, foi imposta uma multa diária de R$ 5.000, limitada a 30 dias, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
A reação do candidato Alemão e do atual prefeito
O candidato Alemão, concorrente direto de Lauro Hoffmann, juntamente com seu advogado, emitiu declarações públicas em que criticaram duramente a situação. Eles acusaram a gestão atual de usar a carreta como uma ferramenta de campanha, além de tentar enganar a população com o que chamaram de “Fake News”. O advogado de Alemão afirmou que o único pedido judicial foi para que o veículo não fosse utilizado de maneira política, ressaltando que sua utilização para atender a população deveria continuar sem vínculo com a campanha de Hoffmann.
Alemão também defendeu a continuidade dos serviços prestados pela carreta da saúde, afirmando que a suspensão se tratava de um “ato de covardia” da gestão atual. O candidato expressou sua indignação com o que chamou de “teatro a céu aberto” e afirmou que sua campanha está comprometida com o desenvolvimento da cidade e a melhoria dos serviços públicos, incluindo a saúde.
Já o prefeito Paulo Liberte Jasper e o candidato Lauro Hoffmann não emitiram declarações diretas sobre a decisão judicial, mas têm sido alvo de duras críticas tanto de Alemão quanto de outros setores da sociedade que veem o uso da carreta como uma tentativa de beneficiar politicamente a chapa apoiada pelo gestor.
Implicações Políticas
Este episódio expõe a polarização política em Tailândia, com a disputa pelo controle da máquina pública entrando em foco. A “Carreta da Saúde”, que deveria ser uma ferramenta de apoio à população, acabou no centro de uma disputa judicial que coloca em xeque a lisura da campanha eleitoral.
O embate entre os candidatos reflete o clima tenso da eleição municipal, na qual temas como o uso de recursos públicos, desenvolvimento econômico e políticas sociais são amplamente discutidos. A decisão judicial, ao determinar a neutralidade do uso do veículo, tenta garantir um pleito mais justo e equilibrado.
No entanto, a questão da “Carreta da Saúde” parece longe de estar resolvida. A forma como os candidatos e o atual prefeito irão lidar com essa situação nos próximos dias poderá ter um impacto significativo no desenrolar da campanha e, possivelmente, nos resultados eleitorais.
Conclusão
A decisão da Justiça Eleitoral busca proteger a igualdade de condições na disputa política de Tailândia, evitando o uso indevido de bens públicos para favorecimento de candidaturas. A “Carreta da Saúde” se tornou um símbolo da disputa entre os candidatos, e sua utilização continuará sendo observada de perto tanto pela Justiça quanto pelos eleitores. O desenrolar desse caso poderá influenciar o curso da campanha, que se encontra em um momento crucial.
